Um mapeamento feito pelo Instituto Butantan identificou a circulação de 19 variantes do coronavírus no estado de São Paulo.
A predominância, no entanto, é da mutação P.1, renomeada Gamma pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e identificada originalmente em Manaus no início do ano.
Segundo o estudo, feito com dados recolhidos de casos confirmados no estado até o dia 29 de maio, a Gamma predomina em todas as regiões do estado e representa 89,9% das infecções.
Por causa da sua velocidade de transmissão, ela é tida por especialistas como um dos motivos para a segunda onda da pandemia no Brasil, entre fevereiro e março. Isso somado à flexibilização das medidas de controle sanitário, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
Além da Gamma, outras duas mutações consideradas “de interesse”, que requerem maior atenção, também foram encontradas na estado, mas com presença menor. A Alfa, originada no Reino Unido, representa 4,2% das infecções e a Beta, da África do Sul, apenas 3,5%. A variante Delta, indiana, não foi identificada.
De acordo com o epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, este não é um número preocupante, porque a grande maioria das variantes não têm grande impacto.
“A rede composta junto ao [Instituto] Adolfo Lutz já identificou, desde o início da pandemia, mais de 220 variantes. Essas classificadas como “de preocupação” têm como principal preocupação a maior transmissibilidade e o maior número de casos, internações, óbitos. Mas não que elas sejam mais graves: é que elas trazem mais pessoas doentes pela transmissibilidade.”
Dimas Covas, diretor do Butantan, explicou que o instituto separa, semanalmente, um percentual das amostras positivas para análise. “Então normalmente se escolhe uma amostra significativa por região do estado de SP e se faz o sequenciamento genético. Com isso, é possível acompanhar a evolução das variantes”, declarou, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Fonte: Uol