Língua de Trapo 004/2020

Paulistano não é bem-vindo neste momento – O prefeito de Osvaldo Cruz, Edmar Carlos Mazucato (PSDB), foi bem categórico na noite de ontem, 20, no vídeo em que postou em suas redes sociais e que também destinou para divulgação na imprensa ao dizer que, “os moradores da região metropolitana de São Paulo não devem vir para Osvaldo Cruz neste final de semana prolongado graças à antecipação de alguns feriados”. Mazucato está coberto de razão, pois essa antecipação de feriados na capital foi no intuito de manter o paulistano em casa e não de ele viajar e “espalhar” ainda mais o Coronavírus no interior do estado. Todavia, nas redes sociais houve quem apoiou Mazucato, lembrando-o de que sua atitude está correta, mas de que nada adianta se a Santa Casa de Osvaldo Cruz continuar recebendo pacientes confirmados com Covid-19.

Diário Oficial Eletrônico – A Prefeitura de Osvaldo Cruz divulgou no final da tarde da última segunda-feira, 18, a implantação do Diário Oficial Eletrônico. Rejeitado duas vezes no ano passado pela Câmara Municipal, o projeto foi novamente votado neste ano, no dia 8 de abril, pelos vereadores que, por 8 x 1, aprovaram a criação do Diário Digital (contrário apenas o vereador Adenilson Aparecido Barbosa, o Exclusivo [DEM]; ausentes os vereadores Gilma de Fátima Correia Martins [PSDB], Lucas Canola Hirano [PSDB] e Valdemir Aparecido Anselmo [MDB]). Obviamente, a matéria divulgada pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Osvaldo Cruz noticia o fato como uma grande vitória para o município. Segundo o prefeito Mazucato, “Todos os atos do Poder Executivo irão para o portal da Prefeitura na internet e o Diário Eletrônico é um avanço não apenas para democratizar todas as nossas informações, mas porque é mais eficiente sob o ponto de vista do imediatismo da publicidade dos nossos atos”. Porém, o que a matéria da assessoria não fala é que, diferentemente da publicação em jornal impresso, documentos publicados em internet estão passíveis de serem adulterados a qualquer instante. E mais, até a presente data, nada foi publicado no Diário Oficial Eletrônico (acesse o link https://www.govbrdioenet.com.br/list/osvaldo-cruz e confira). Será que nenhuma portaria, decreto e/ou lei foi criada desde então?

Pré-candidatos em Osvaldo Cruz – Vera Lúcia Alves, a Vera Morena (PP), Cícero Tripoloni (PSDB), Marcelo Brumatti (Patriotas) e Luiz Antônio Gumiero, o Luizinho (PV), são os quatro nome confirmados como pré-candidatos a prefeito em Osvaldo Cruz até agora. Deste, apenas Brumatti já tem vice definido: Beto Gatto. Quem serão os vices dos demais, ninguém se atreveu a dizer de modo oficial. Há quem acredite que Vera e Luizinho possam se juntar para uma dobradinha política, mas, até agora, nenhum dos dois quer ceder e ser pré-candidato a vice. Ambos, assim como Tripoloni, possuem os maiores currículos enquanto políticos: Vera como vereadora por dois mandatos (sendo o último deles eleita a vereadora mais bem votada), porém derrotada no último pleito para o Executivo (em 2016, contra Mazucato). Já Luizinho não sabe o que é perder uma eleição: venceu duas vezes como vice do ex-prefeito Valter Luiz Martins, o Valtinho (PSDB), venceu como vice de Mazucato e, dos quatro postulantes a prefeito, é o único em atividade dentro do atual cenário político, tendo sido eleito vereador na última eleição, eleito também presidente da Câmara e, atualmente, eleito vice-presidente da Câmara. Tripoloni, por sua vez, foi vereador por dois mandatos, secretário de Operações Urbanas do ex-prefeito Wilson Aparecido Pigozzi (PTB), diretor de Indústria e Comércio na gestão do ex-prefeito Valtinho e, atualmente, está no comando do PSDB – partido esse que venceu as quatro últimas eleições em Osvaldo Cruz (2008, 2012, 2013 e 2016). Já Brumatti representa uma nova política, ligada a imagem do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), que tem um grupo de apoiadores fiel e representativo. O páreo tende a ser acirrado nas Eleições 2020.

Pré-candidatos em Parapuã – Em Parapuã, o Partido Progressista (PP), cujo presidente é o vereador Lee Jeferson, deverá, novamente, entrar na disputa eleitoral para prefeito neste ano. Em reunião virtual realizada na última semana, as lideranças do partido cogitaram os nomes do ex-vereador Marco Antonio Marques, o Marquinho e do empresário Zulmiro Santini como pré-candidatos pelo partido, porém, ainda não decidiram quem deve encabeçar a chapa. Marquinho já foi vereador no município por cinco mandatos, presidente da Câmara duas vezes e, na última eleição, foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex-vereador Welington Pneu. Já o empresário Zulmiro Santini, que há décadas atua no nosso comércio parapuense como proprietário da Madeireira Santini, na última eleição também concorreu ao cargo de prefeito. Ambos não obtiveram êxito. Além deles, o atual prefeito Gilmar Martin Martins (PR) deverá se lançar pré-candidato e concorrer a reeleição. Por fim, há ainda o ex-vereador Marcos Couto (Republicanos) que, por sinal, foi o primeiro parapuense a se lançar pré-candidato a prefeito, tendo consigo Luiz Ortiz (Republicanos) como pré-candidato a vice. Os tidos como dinossauros da política parapuense, ex-prefeitos Rui Lobo (MDB) e Antônio Alves da Silva, o Toninho (PSDB), provavelmente ficarão de fora da disputa eleitoral dessa vez, bem como o ex-prefeito Samir Alberto Pernomian (PP).

Corte de luz – Infelizmente, a Energisa está realizando cortes no fornecimento de energia de empresários de Osvaldo Cruz que não tem como pagar suas contas de luz por não poderem abrir as portas de suas lojas. Vale lembrar que o decreto do Governo Federa, que proíbe o corte de energia nesse período de pandemia, é voltado apenas para residências, indústrias e os chamados “essenciais” do comércio (farmácias, supermercados, postos de combustíveis etc.). Ou seja, lojas de confecções, calçados, artigos diversos, eletrodomésticos e todos os outros ramos não caracterizados como essenciais podem ter o fornecimento de energia elétrica interrompido por falta de pagamento de energia mesmo nesse período de pandemia. Uma vergonha, diga-se de passagem. Afinal, os chamados “essenciais” estão podendo trabalhar e girar o dinheiro, já os “não essenciais”, além de não poderem abrir suas portas, estão sujeitos a terem o corte de energia por falta de pagamento e, desta forma, estarão cada vez mais passíveis de virem a fechar as portas de modo definitivo no futuro. Bem-vindo ao estado de São Paulo, onde o “general” João Doria Júnior (PSDB) se mostra cada vez mais irredutível e fechado a qualquer diálogo.

P.S. – O presidente da Câmara de Osvaldo Cruz, Homero Morales Massarente (MDB), está mais do que correto em chamar o governador Doria de despreparado. “O senhor, João Doria, não está delegando poderes aos municípios do Estado de São Paulo, com diferentes frentes econômicas. O senhor é um despreparado e um nome novo que fez mal à política do estado de São Paulo. Repudio essa atitude de não preservar a autonomia dos municípios do Estado e mais: de muitos prefeitos do seu partido. O senhor não confia no seu partido, nos prefeitos do PSDB? Eles foram eleitos democraticamente como o senhor, João Doria. O prefeito municipal tinha que ter autonomia para definir as regras de funcionamento [de seus comércios]”, enfatizou Massarente. Corretíssimo, diga-se de passagem. A atuação de Doria como governante do estado, autoritário, é vergonhosa. Inté…