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Professores decidem: Continuamos na greve em defesa da vida

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Na assembleia estadual regionalizada (virtual) realizada no sábado, 27/2, professores e professoras de todo o estado de São Paulo decidiram manter a greve e o movimento em defesa da vida, contra as aulas presenciais, por entenderem que o agravamento da pandemia e o crescente contágio de professores, funcionários, estudantes e gestores nas escolas estaduais exigem que a luta permaneça e se intensifique.

 

A pandemia se alastra nas escolas estaduais

No momento do fechamento deste Boletim, a APEOESP já registrava 1422 casos de infecção em 713 escolas, indicando uma aceleração deste processo, como lamentavelmente já prevíamos. A assembleia também constatou que a manutenção do movimento é fundamental no momento em que a posição intransigente e insensata do secretário Rossieli em manter as escolas abertas, submetendo toda a comunidade escolar a risco, se torna a cada dia mais comprometida. Uma evidência disso é sua recusa em apresentar à mídia os dados sobre a infecção nas escolas, incapaz de desmentir as informações que a APEOESP vem coletando de forma pública, permanente e consistente.

A demonstração mais clara e palpável da importância social do nosso movimento pode ser verificada em todas as escolas: a ausência de estudantes, como resultado do diálogo que realizamos com pais e mães e da presença dos nossos carros de som nos bairros, nas escolas, praças, avenidas, terminais de ônibus, estações de metrô, realizando um trabalho de utilidade pública, de preservação da vida ao apelar que não enviem os estudantes às escolas.

 

A visão de mundo de Rossieli

Na tentativa de tentar mostrar uma situação de normalidade nas escolas, o secretário chega ao ponto de determinar a junção de turmas, aumentando possibilidades de propagação do vírus, além de que essa providência demonstra efetivamente descompromisso com a qualidade de ensino. Como sempre, é tudo “para inglês ver”.

Além disso, Rossieli continua a pressionar os professores de forma intolerável, na medida em que a SEDUC publica instrução que busca culpá-los pelo crescente número de casos de Covid-19 nas unidades, o que não vai ser tolerado pela APEOESP, que está tomando todas as medidas necessárias para combater mais esse absurdo.

O argumento de que as crianças não são vítimas da Covid, infelizmente, cai definitivamente por terra. Além das crianças assintomáticas (que podem levar o vírus para casa, infectando suas famílias, assim como trazê-lo para as escolas), agora as novas variantes do novo coronavírus se mostram letais também para as pessoas jovens e para as crianças. Um caso emblemático é da menina de 13 anos, estudante de escolas estadual na cidade de Campinas, que veio a óbito após frequentar as aulas presenciais na primeira semana. Outros casos de mortes de crianças vêm sendo registrados, como em Piracicaba. No Reino Unido, por exemplo, registram-se 100 internações por semana, infectadas pelo novo coronavírus.

Defender a vida é nossa prioridade total. Nossa greve é diferente das anteriores. De certa forma, estamos representando todos os segmentos sociais que se contrapõem à necropolítica de Doria e Rossieli.

 

Por isso, atuamos em todas as frentes:

Ü Debatendo permanentemente com a nossa categoria para que se engaje na luta, recuse a presença nas escolas e organize o trabalho remoto com seus estudantes, mantendo registro de todas as atividades.

Ü Dialogando com os pais e as mães para que mantenham seus filhos e filhas estudando em casa, sem se submeter aos ditames autoritários e negacionistas do secretário da Educação, compreendendo que não deve haver retorno às escolas sem vacinação e sem condições estruturais, equipamentos e de pessoal suficiente para garantia da segurança sanitária e proteção à vida.

Ü Defendendo os direitos dos professores com comorbidades e grupo de risco por idade.

Ü Informando e esclarecendo a categoria, a comunidade escolar e a sociedade sobre a gravidade da pandemia.

Ü Atuando dentro e fora das escolas, nas ruas e em todos os espaços sociais.

 

Vacinação já!

A APEOESP participou ativamente da jornada nacional por vacina para todos, realizada no dia 25/2, quarta-feira, inclusive coordenando uma live estadual sobre o tema, com a presença de parlamentares das três esferas e representantes de sindicatos da área da saúde.

Defendemos que os governos assegurem vacinas para toda a população e que também garanta a vacinação dos profissionais da educação na primeira etapa, juntamente com os profissionais da saúde e idosos, bem como outras profissões públicas de risco.

 

Conseguimos impedir a desvinculação dos recursos para educação e saúde

Também é importante salientar a recente e importante vitória da qual participamos destacadamente nesta semana, enviando mensagens diretas aos senadores para que não fosse votada a MP 186/2020 (PEC emergencial), pela qual o governo pretendia retirar da Constituição a vinculação de recursos para a educação e a saúde. A não votação desta MP demonstra que a luta sempre vale a pena.

Pela sustentabilidade alimentar das crianças, por meio da garantia de merenda escolar, na forma de cestas básicas

A APEOESP desenvolverá uma campanha para que o governo assegure a sustentabilidade alimentar das crianças, por meio da entrega da merenda escolar nas casas das famílias, na forma de cestas básicas, contribuindo para que o Brasil volte a sair do mapa da fome e também reforçando nossa luta contra as aulas presenciais e pelo trabalho remoto no atual momento de pandemia.

 

Na luta pelo auxílio emergencial

Da mesma forma, estará totalmente engajada, juntamente com todos os demais setores, na luta pela garantia de auxílio emergencial, em nível nacional e no estado de São Paulo.

 

 

Fonte: APEOESP (Informa Urgente 039/2021)

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