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Rios do Oeste Paulista são protagonistas no povoamento e desenvolvimento da região

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No Oeste Paulista, os rios foram protagonistas no povoamento e no desenvolvimento local. Neste domingo (28), Dia Mundial dos Rios, o g1 resgata a história e a importância desses cursos d’água para a população da região.

Das antigas monções que navegavam pelo Tietê à formação de cidades que nasceram em suas voltas, a região cresceu em torno da água. Atualmente, essas mesmas bacias continuam fundamentais para o abastecimento humano, geração de energia, agricultura, lazer e preservação ambiental.

Em entrevista ao g1, o engenheiro ambiental e mestre em saneamento, Elso Mendonça Felici, de 40 anos, explicou que os rios são a base da vida no interior paulista.

“Eles [os rios] garantem abastecimento de água para as cidades, irrigação para a agricultura, diluição de efluentes e suporte a atividades de lazer e turismo. Além disso, funcionam como corredores ecológicos, conectando fragmentos de mata e permitindo a circulação da fauna”, explicou Elso.

O especialista ainda explicou que no Oeste Paulista esses cursos d’água são ainda mais importantes devido ao clima mais seco que existe em certas épocas.

 

História

Segundo o engenheiro ambiental, as primeiras cidades do Oeste Paulista nasceram próximas dos rios, o que futuramente significou o desenvolvimento urbano e industrial de forma estratégica.

“A agricultura, que sempre foi o motor da economia local, depende diretamente da disponibilidade hídrica para irrigação. Mais tarde, com a instalação de hidrelétricas e sistemas de abastecimento, os rios se tornaram ainda mais estratégicos para o desenvolvimento urbano e industrial”, relatou.

Elso afirmou que, atualmente, os rios exercem diversas funções, como fornecimento de água para consumo humano e industrial, sustentação da agricultura irrigada, geração de energia, e servem para lazer e pesca e mantêm os ecossistemas aquáticos.

“Socialmente, eles também são pontos de referência cultural e histórica, fazendo parte da identidade das cidades do interior”, contou.

 

Rios da região

Na região existem cinco rios que são destaque: Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Aguapeí, Rio do Peixe e Rio Santo Anastácio.

 

Rio Paraná

Segundo maior rio da América do Sul, com quase 4,9 mil km de extensão, o Paraná é formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba, percorrendo o continente até o estuário do Prata. No Oeste Paulista, margeia municípios como Rosana, Panorama, Paulicéia e Presidente Epitácio.

Ele é um gigante natural e simbólico, que representa a fronteira oeste do estado e, ao mesmo tempo, a integração com o Mato Grosso do Sul e o Paraguai.

O rio é importante para a geração de energia, transporte, pesca e turismo. Para a região, é um patrimônio de biodiversidade e um recurso estratégico para o desenvolvimento econômico e ambiental.

 

Rio Paranapanema

Com cerca de 929 km de extensão, o Rio Paranapanema nasce na Serra dos Agudos, em Capão Bonito (SP), e segue até o Rio Paraná, servindo de divisa entre São Paulo e Paraná.

Na região ele passa por Presidente Prudente, Presidente Epitácio, Martinópolis, Marabá Paulista, Mirante do Paranapanema, Rosana, Euclides da Cunha Paulista, Santo Anastácio, Indiana, Iepê e Álvares Machado. Ele é considerado um dos rios de melhor qualidade de água do estado, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Elso explica que além das hidrelétricas, a Paranapanema tem papel fundamental na irrigação agrícola, no abastecimento de diversas cidades e na manutenção de áreas de preservação: “Ele ajuda a regular o clima e o equilíbrio hídrico da região”.

 

Rio Aguapeí

Conhecido como “Rio Feio” em alguns trechos, o Aguapeí nasce em Gália (SP) e percorre cerca de 420 km até desaguar no rio Paraná. Sua bacia cobre mais de 12 mil km² e inclui áreas de preservação, como o Parque Estadual do Aguapeí, criado em 1998.

Conforme o engenheiro ambiental, apesar do apelido, o Aguapeí é extremamente importante.

“Ele corta áreas de várzea e mantém ambientes alagadiços que servem de refúgio para aves e peixes. O Parque Estadual Aguapeí protege um dos maiores remanescentes de mata ciliar e várzea do interior paulista, tornando-se essencial para a conservação da biodiversidade”, explicou Elso.

 

Rio do Peixe

Com nascente em Garça (SP), o Rio do Peixe atravessa municípios como Dracena, Ouro Verde, Presidente Venceslau e Piquerobi, até encontrar o Paraná, entre Panorama e Presidente Epitácio.

Sua importância está ligada à biodiversidade, especialmente dentro do Parque Estadual do Rio do Peixe, criado em 2002. De acordo com a Fundação Florestal, a unidade preserva mais de 7 mil hectares de mata ciliar e áreas alagáveis.

Elso ainda apontou que o rio tem uma particularidade: ele abriga o Parque Estadual do Rio do Peixe, uma unidade de conservação voltada para proteger áreas de várzea, rica em aves migratórias e espécies aquáticas.

“Sua bacia representa um equilíbrio entre uso econômico e preservação, sendo um exemplo de como conservar a biodiversidade em meio à ocupação agrícola”, constatou.

 

Rio Santo Anastácio

De menor extensão, com cerca de 102 km, o rio Santo Anastácio nasce em Regente Feijó e deságua no rio Paraná. Além de abastecer cidades, forma divisa entre Pirapozinho e Presidente Prudente. O município de Santo Anastácio leva seu nome em homenagem ao curso d’água.

“Esse rio tem grande importância local. Também serve como referência cultural e paisagística, estando muito presente no dia a dia da população”, disse.

Ele ainda destacou que existe a necessidade de ampliar a recuperação de suas margens e reduzir a poluição difusa urbana, para que ele continue cumprindo seu papel social e ambiental.

 

Futuro

Se no passado os rios abriram caminho para a ocupação do Oeste Paulista, atualmente eles são sinônimo de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, de alerta. Mudanças climáticas, poluição e uso intensivo na agricultura desafiam a preservação dos recursos hídricos.

Por fim, Elso explica que o futuro dos rios depende de ações firmes de conservação.

“É preciso investir em saneamento básico, reduzir a poluição difusa agrícola e urbana, recuperar matas ciliares e melhorar a gestão das bacias hidrográficas. Se cuidarmos dos rios, garantimos água de qualidade, segurança hídrica, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para as próximas gerações”, finalizou o engenheiro ambiental.

 

 

Fonte: G1 – Região

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