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Com salto de 22% nas internações por Covid em SP, conselheiros de Doria pedem para endurecer quarentena já

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Com uma alta na taxa de transmissão do coronavírus e nas internações no estado de São Paulo, o centro de contingência vai propor ao governo João Doria (PSDB) que volte a endurecer as medidas de isolamento social.

Parte do grupo defende que todo o estado volte ao estágio amarelo, que permite a abertura de estabelecimentos mas limita o horário. A proposta será apresentada a Doria nesta quinta (26).

O volume de pessoas internadas com Covid em UTIs no estado cresceu 22%, comparando esta quarta (25) com duas semanas atrás, segundo dados da Secretaria de Saúde de São Paulo.

O aumento foi ainda mais forte se considerada apenas a Grande São Paulo (30%). São 2.400 pessoas internadas em UTIs nessa região (o dado do governo considera média dos últimos sete dias).

A pasta informou que o problema na base do Ministério da Saúde no começo do mês, quando dados de novos casos e mortes não foram inseridos, não prejudicou a informação sobre internações.

Hoje, 76% dos municípios paulistas, inclusive a capital, estão na fase verde do Plano SP, que prevê reabertura controlada de quase todas as atividades, inclusive cinemas e teatros.

Em 16 das 22 subregiões do estado, o índice de contágio (RT), que aponta quantas pessoas serão contaminadas por um infectado e ajuda a estimar a velocidade de transmissão da doença, está acima de 1. O número deve estar sempre abaixo 1 para que a tendência de queda de casos se mantenha.

Nas regiões paulistas de Registro e Presidente Prudente, o RT está em 2,1 e 2,04, respectivamente. Na capital, em 1,55.

Os dados são do projeto InfoTracker, da USP e da Unesp, que monitora a pandemia no estado desde seu início. A plataforma fez um ajuste dos dias que ficaram sem atualização pelo Ministério da Saúde para mitigar o problema da notificação tardia.

Segundo o epidemiologista Paulo Menezes, professor do departamento de saúde preventiva da USP e que integra o centro de contingência, a situação é muito preocupante e se agravou na última semana.

“Houve um aumento importante da transmissão do vírus e isso agora reflete no número de casos e de internações. Óbitos levam mais tempo para aparecer.”

Para Menezes, apesar de o estado estar com taxas de ocupação de UTI inferiores a 50%, é fundamental que se interrompa a transmissão do vírus nesse momento.

“A sociedade, especialmente os adultos jovens, entendeu que o [estágio] verde é sinal verde para poder fazer o que quiser, ir a bares, baladas, festas familiares. E o reflexo foi rápido”, diz Menezes.

Na capital, das 811 pessoas internadas em hospitais municipais e contratados pela prefeitura até terça (24), 451 estavam em terapia intensiva —240, em ventilação mecânica. A taxa de ocupação de UTIs está em 47%.

“O aumento de casos começa a ‘dar as caras’ também no interior paulista. A impressão é que estão se espalhando da capital e Grande SP para o resto do estado”, afirma Wallace Casaca, professor da Unesp e coordenador do InfoTracker.

Segundo Casaca, esse aumento do contágio pode ser reflexo da combinação de três fatores: uma flexibilização “muito rápida” dos planos de retomada econômica, o não cumprimento das medidas básicas sanitárias por parte da população, e o período eleitoral, que acabou levando a aglomerações.

Menezes também aposta no relaxamento da população em relação à quarentena e às campanhas eleitorais, especialmente para vereadores. “Envolveram muito contato direto, muitas pessoas aglomeradas.”

 

 

 

Fonte: Folha de S. Paulo

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