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Associação que atende crianças com autismo suspende serviços por falta de repasses em Tupã

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As atividades da Associação Abadi, que oferece atendimento terapêutico para crianças autistas em Tupã, foram suspensas nesta semana após a Prefeitura interromper os repasses financeiros destinados à entidade. A paralisação afeta cerca de 170 crianças que eram atendidas no local.

A presidente da associação, Carina Franco, disse que os repasses são de emendas parlamentares, e foram suspensos sem aviso prévio ou justificativa direta por parte do executivo municipal.

A decisão teria sido tomada com base em denúncias do presidente da Câmara Municipal, vereador Marcos Rogério Gasparetto, que alega irregularidades na gestão da entidade.

De acordo com ele, Carina e o marido dela teriam recebido salários com recursos públicos, ação que é irregular, uma vez que a associação não tem fins lucrativos: “Isso se comprova na nossa prestação de conta, porque ela não acompanhou o plano de trabalho da entidade”, afirma o presidente da Câmara.

Ele ainda afirma que não houve contratação de profissionais técnicos, como terapeutas, durante o período de repasse, o que comprovaria esse desvio.

Em contraponto, Carina rebate as acusações e diz que o Estatuto Social da Abadi, registrado em cartório, permite o pagamento de remuneração a membros da diretoria e prestadores de serviço.

Segundo ela, os atendimentos começaram em dezembro do ano passado e os profissionais contratados atuam regularmente.

“Está na lei, existe uma lei que ampara os seus dirigentes de entidades a receberem remuneração. Nós somos fundadores e nós, durante anos, sustentamos e amparamos essa entidade formada com recursos próprios. Nós temos profissionais pagos, nós temos atividades desenvolvidas na associação e a associação, administrativamente, ela precisa ser mantida. Como que se mantém uma associação com a luz do sol?”, afirma Carina.

Crianças Prejudicadas

O caso tem gerado preocupação entre os pais das crianças atendidas. Mariana Angélica de Godoy Fonseca, mãe de Henrico, de 9 anos, relatou a evolução do filho desde que passou a frequentar a Abadi.

Sem o atendimento necessário, a situação se torna complicada para todos os pais e crianças que participam dessa associação.

“E a gente está de mãos atadas, porque a gente realmente necessita. Os nossos filhos necessitam do atendimento, do olhar que a Abadi tem para a necessidade das nossas crianças.” conta Mariana.

O que diz a Prefeitura?

Em 2023, a Prefeitura de Tupã afirma que repassou R$ 225.547,33 à associação em parcela única. Diante das denúncias, o prefeito Renan Pontelli afirmou que os pagamentos foram suspensos com base em parecer jurídico da Procuradoria da Câmara. “Não tem contratação de médico. Durante o ano inteiro, quase metade dos R$ 225 mil foi do salário dela e do marido”, alega o prefeito.

Como solução, a Prefeitura anunciou que irá assumir os atendimentos. A partir da próxima terça-feira (22), com equipe formada por psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e, pela primeira vez, um neuropediatra, as famílias poderão agendar consultas em uma unidade de saúde da cidade.

 

 

Fonte: G1 – Tupã

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