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Quando me tornei “genérico”
Cena 1: Sendo atendido pela recepcionista do médico pediatra no qual levei meu filho Luigi. Recepcionista: Olá pai, o que é que… Eu: Tedesco, ou Alemão, tanto faz. Recepcionista: O que o senhor disse, pai? Não entendi! Eu: Estou dizendo que meu nome é Tedesco e se quiser me chamar de Alemão, tudo bem também. Recepcionista: Mas o senhor é o pai do Luigi, não é? Eu: Sim, sou o pai do Luigi; mas meu nome é Tedesco e o apelido é Alemão. Pode me chamar de qualquer um dos dois, ou mesmo pelo meu prenome, que é José Carlos, que eu “atendo” também. E ainda tenho outro apelido, caso a senhora prefira: Mão. Recepcionista: Hã?? Eu: A senhora não percebeu que quando fala “pai”, ou “mãe”, todos que estão no consultório olham para saber se é a eles que a senhora está se dirigindo? Recepcionista: Não entendi nada moço, mas o senhor me acompanha até a sala do doutor que já é a vez do Luigi. Eu: Ok.
Cena 2: Começando a consulta do Luigi (febre muito alta) com o doutor. Médico: Então pai, o que está acontecendo com o Luigi? Eu: Tedesco, ou Alemão, tanto faz. Médico: Não entendi, pai! Eu: Estou dizendo que meu nome é Tedesco e se quiser me chamar de Alemão, tudo bem também. Doutor: Mas como assim? Você é o pai do Luigi, certo? Eu: Vamos lá: sim, sou o pai do Luigi, mas meu nome é Tedesco e o apelido é Alemão. Pode me chamar de qualquer um… O resto da cena vocês já sabem.
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Confesso que só peguei o notebook para escrever este texto, ou qualquer outro tão ruim quanto ele, porque eu estava furioso e tinha que descontar a raiva em alguém. Num primeiro momento esse alguém foi o editor de texto que suportou estas mal traçadas linhas e, depois, você que inadvertidamente começou a lê-las e chegou até aqui. Espero, entretanto, que você, caro leitor, jovial leitora, concorde comigo que há certa razão nessa minha aversão a ser chamado, por outro alguém que não meu filho, de pai. Ou sou só eu?
Alemão Tedesco (55) é advogado e pai do Luigi. Facebook: Alemão Tedesco / Twitter: @alemaotedesco / Youtube: Bom dia Epitácio / e-mail: zeum@uol.com.br
PS 1 – Depois de anos sem escrever o que chamo de crônica (outros chamam de um monte de besteira) retorno a este espaço e espero, verdadeiramente, ter recuperado em definitivo o desejo de escrever. Se assim for, azar o de vocês. Amém.
PS 2 – Nas redes sociais mencionadas acima, além de outras bobeiras, transmitimos ao vivo um “programa” de entrevista e comentários sobre… tudo, inclusivenotícias da região, de segunda a sexta-feira, das 11:50 às 12:20. Assista a gente e, querendo, fique a vontade para criticar.
José Carlos Botelho Tedesco (Alemão Tedesco) é advogado e mora no Oeste Paulista /
e-mail: zeum@uol.com.br /
Facebook: Alemão Tedesco e Alemão Tedesco II /
Twitter: @alemaotedesco.