Educação
Ministério da Saúde admite ter comprado apenas metade das 560 milhões anunciadas
O Ministério da Saúde confirmou ter divulgado informações imprecisas, e acima da realidade, sobre a contratação de 560 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Em ofício publicado no dia 28 de abril deste ano, o ministro Marcelo Queiroga admitiu ter comprado apenas metade dos imunizantes que foram informados pela pasta em peças publicitárias institucionais publicadas nas redes sociais e encaminhadas à imprensa.
Em resposta ao requerimento de informação apresentado pelo deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), que cobrou esclarecimentos sobre as propagandas do governo federal, a pasta da Saúde admitiu ter superestimado o número real de doses adquiridas.
No documento de requerimento, o ministério foi questionado se havia realmente comprado o número de doses divulgadas. “Houve a efetiva compra/negociação de 560 milhões de doses ou apenas o indicativo de intenção de compra?”, escreveu o deputado Fruet.
O ministério respondeu em um trecho do documento que “os registros documentais demonstram que foram celebrados acordos para fornecimento de 281.023.470 doses da vacina Covid-19“, quase trezentos mil doses a menos do que o informado oficialmente.
No dia 24 de março, o Ministério da Saúde publicou em sua conta oficial no Twitter um vídeo detalhando a quantidade de imunizantes que estarão disponíveis no país no decorrer do ano. A publicação acompanhava a frase: “foram compradas mais de 560 milhões de doses de vacinas”.
“A luta contra a Covid-19 continua: foram compradas mais de 560 milhões de doses de vacinas. Em abril, a previsão é vacinar mais de um milhão de pessoas por dia. Enquanto isso, os cuidados devem continuar. Brasil imunizado. Somos uma só nação. Ministério da Saúde. Governo Federal”, diz o texto publicado nas redes sociais.
O gabinete do ministro Queiroga explica no texto que o montante de 560 milhões de doses anunciadas incluía “outras 281.889.400 doses estão em fase de negociação”, portanto, sem acordo de compra definido, mas que foi apresentado pelo governo federal como parte do estoque de vacinas adquiridas.
A resposta ao requerimento do deputado Fruet foi assinada diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, no dia 12 de abril. As informações, no entanto, só puderam ser apreciadas pela Câmara nesta segunda-feira, ainda dentro do prazo de 30 dias para que o requerimento de informações fosse concedido.
CNN Brasil
