Polícia
Com 87 casos, SP fecha 1º semestre de 2020 com maior número de feminicídios desde criação da lei
Com 87 casos registrados ao longo do primeiro semestre deste ano, os casos de feminicídio no estado de São Paulo atingiram a maior marca para o período desde 2016, de acordo com levantamento feito pelo G1 e a GloboNews com base em boletins de ocorrência e na estatística criminal da Secretaria Estadual da Segurança Pública.
O feminicídio foi tipificado como crime hediondo em março de 2015. Por esse motivo, o levantamento não leva em conta o primeiro ano de vigência da lei que aumentou a pena para os assassinatos de mulheres que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Em 2015, foram registrados 11 boletins de ocorrência no primeiro semestre.
De 2017 para cá, os casos crescem ano a ano. No primeiro semestre de 2019, foram registrados 85 casos, em 2018, 57 feminicídios, em 2017, 48 e, em 2016, 31.
Nesta sexta-feira (6), a Lei Maria da Penha, que criminalizou a violência contra a mulher, completa 14 anos.
Companheiros em casa
Dos 86 boletins de ocorrência deste primeiro semestre de 2020 disponíveis no portal da Transparência da Secretaria da Segurança Pública entre janeiro e junho deste ano no estado, a maioria dos crimes ocorreu dentro de casa e já tem autor identificado já no momento em que o caso é relatado na delegacia e ocorreu dentro de casa:
- 83% dos casos (71 de 86 boletins de ocorrência analisados) têm autoria conhecida, a maioria companheiros ou ex-companheiros das vítimas
- 69% das ocorrências (59 dos 86) ocorreram dentro da casa da vítima
- 43% dos casos (37 dos 86) tiveram prisão em flagrante
A média de idade das vítimas mortas no primeiro semestre é de 35 anos. Em 71 dos boletins de ocorrência analisados, há a informação sobre a cor ou raça da vítima. Desse total, 55% (39) são descritas como brancas e 45% (32) como parda ou preta.